domingo, dezembro 05, 2004

Aeiou Aeiou sooom sooom tesssstando

Domingo domingo, eu acordei cedo sem despertadooor
Domingo domingooooo passou o meu búbúbú de tristeza. A vida continua, pura e simplesmente continua, não para, não espera, não senta para um café.
E eu tenho livros, pois fui na biblioteca. E já li Balzac - A mulher de trinta anos -quase inteiro.. e é um livro bom-triste-e confuso. Confuso pq muda o tom, muda o tempo - parece que é uma 'costura' de seis histórias, e por isso fica meio incoerente, já avisam no prefácio do livro. Mas não tira o brilho do todo. Não tira o mérito de algumas ótimas sacadas. Vou selecionar algumas e colocar aqui, depois, um dia, logo, soon.
Eu fiz uma pausa da leitura pois estava pensando que todo o stress da protagonista Julie, em alguns aspectos são tão distantes da nossa realidade que é difícil entender o pq de tanto sofrimento, mas tem que levar em conta todo o blablabla da época, a sociedade, a rigidez de costumes, o papel da mulher. Ela é sensibilíssima, mas confesso que não fui tomada de amores e admiração. E ler sem gostar muito da protagonista é estranho. Pois um bom livro faz vc torcer loucamente pela criatura. Ali eu fiquei muito imparcial. Ela me pareceu antes egoísta e tola do que inteligente. O distanciamento encantador e o que ela fala para o cura, por exemplo ... nada muito brilhante... ela é atormentada e só. É diferente das outras mulheres da época, pois não é fútil, dada a vaidades e intrigas, mas ... tá, pensando melhor é legal, pois ela procura um tipo de amor que não é muito compreendido pelos mortais comuns. E tem uma cena que descreve uma troca de olhares e encontro de almas que é sublime. Como eu disse antes, o livro não é perfeito, mas tem ótimas passagens. Já escrevi demais e ficou uma confusão. Depois arrumo e dou mais coerência ao texto e às idéias. Vou ali terminar de ler.
Ainda sobre Balzac - 1 hora de leitura após
Faltam menos de dez páginas para acabar o livro. E eu tive que parar. Pois achei o que me encantou no livro. É a capacidade - poética, que Balzac tem para descrever coisas que só passam como relances em nossos pensamentos. O modo que ele descreve as marcas(e os marcos) da vida madura, da velhice em uma mulher são bárbaras. Eu estou procurando o livro em pdf, para não ter que digitar as 400 linhas que preciso colocar aqui. Eu fico boba, pasma de encontrar cousas assim em um livro - vale dizer -escrito por um homem. Ele consegue captar certas sutilezas e sensibilidades. E o tal livro é considerado muito mal escrito, pois tem lapsos temporais e mudanças de cena/personagens que o tornam .... incompleto seria a palavra certa, pois ele não perde tempo explicando todos os detalhes ad nauseum da vida dos personagens. Você muda de página e plic! o fulano desapareceu. Fica sem saber bem o que aconteceu com a criatura, mas dá para entender. Desagrada quem gosta de detalhes, minúcias. Eu gostei, deixa espaço para vc imaginar o que quiser, sem cansar. Claro que tem algumas partes que ele simplesmente pira, descreve o ambiente de um jeito exagerado, só falta colar entre as páginas pedaços do capim,para vc poder vizualizar o tom do verde.
Mas no final mostra que alguns, poucos, se interessam, se encantam, e compreendem o que se passa debaixo de nossos "mil véus". Me parece a visão de um homem que aceita os desafios, e vê a beleza que existe atrás da 'embalagem'....

Nenhum comentário: