Tudo ia bem, até escrever o post, decidir mudar e o blog engolir tudo.
aiai recomeçando....
Eu adoro livros, mas existe alguma coisa nos pocket books que me desagrada. Mal comprei o livro e ele está ali, com as pernas abertas, sem mistérios. Um pocket não consegue esconder que foi lido, violado. É escandaloso, deixá-lo na cabeceira da cama significa que vou acordar e vê-lo semi-aberto, exposto. Talvez eu veja algo do futuro-do-livro nos minutos meio-sono-quase-acordada, de uma parte em que ainda não cheguei e que vai manchar o presente-que-estou- lendo-agora. Gosto dos livros que mantém um certo ar pudico, não importa quantas vezes lido e relido, ele mantém os joelhos unidos, guardando um mistério. Um livro que ruboriza, desvia o olhar.. não me dá muita intimidade, pois a cada encontro finge que sou a primeira e serei a única. Por isso fico tão triste quando leio um livro bom, mas pocket. É barato, mas deixa um perfume ranço, um bafo amanhecido de vinho, ele mantém os vincos nas partes preferidas, não me reserva surpresas.
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