segunda-feira, novembro 22, 2004

Fui no médico e foi bem bom. Fui de táxi, e aconteceu uma coisa que mudou totalmente o meu humor-verde-azedo, o motorista era um senhor, não sei dizer a idade, mas ele tem um filho de 37 anos e três netinhas, então dá para imaginar que tenha uns 60? Então, ele me contou a história da vida dele, como foi abandonado pela mãe "para ser comido pelas moscas" logo que nasceu... e como foi encontrado, como foi criado no interior e fugiu para SP com 13 anos, como morou na rua e arrumou o primeiro emprego, quando o dono de uma mercearia alugou um quarto de pensão para ele... e me contou isso de uma forma tão bonita, tão simples... em alguns momentos ele ficava com a voz emocionada, os olhos cheios de lágrimas, e me disse que pode ser considerado um vencedor, que ama muito a mulher, os filhos e os netos, mas que não consegue ser feliz feliz feliz, ele ainda sofre por causa do abandono da mãe... acho que ainda tenta entender... Daí eu cheguei no médico pensativa... E foi bom conversar com o dotô, voltei para casa conversei com o Sr N que foi trabalhar e fui junto para ver se encontrava meu remeds - depois de 8 farmácias Voilá! Cheguei em casa exausta e achei que ia dormir até amanhã, mas não rolou, acordei com vontade de escrever, ontem peguei um livro em pdf no emule chamado "Tudo Que Eu Devia Saber Aprendi No Jardim-de-Infância" (Robert Fulghum), é um tipo de livro que eu NUNCA pegaria na mão, com o maior preconceito pq soa meio auto-ajuda né? Mas é bonitinho e engraçado, o autor só escreve sobre coisas simples da vida, e como eu AMA giz de cera... Às vezes me espanto com estas felicidades simples, esta coisa de leveza da infância, e gosto muito disso, de dar importância para isso. Isso é meu, e tenho orgulho de ainda saber ser criança e me divertir 2 horas com uma tesoura e um pedaço de papel....

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