sexta-feira, outubro 15, 2004

Achei que hoje seria a sexta-feira do "traga um brinquedo e venha sem uniforme" mas inconscientemente - juro - sentei para fumar na cozinha e peguei o livro do Deleuze. Também a situação estava ficando crítica - quase irreversível - se ficasse mais um segundo na frente da TV meu cérebro derreteria. Escorrendo pelos ouvidos, como aquela meleca que vi em um filme trash estes dias enquanto embalava minha insônia.

Não cumprir decretos mentais - menos 10 pontos, o que significa que o saldo devedor continua crescente.

Daí comecei a ler, 15 páginas ( mentira, li duas páginas com atenção e nas outras 13 estava pensando pensando pensandooo aaaaaaaaa) - agitação tic tac - idéias tic tac - cigarro queimando no cinzeiro tic tac... mas tive um insight (palavrinha odiosa). Eu, seja lá o que isto chegou a significar algum dia - (era? sou? fui?) a raiz principal, que "se abortou, ou se destruiu em sua extremidade" e o que restou foi um rizoma, ou um conjunto de raízes secundárias onde a essência "subsiste ainda como passado ou por vir". Deu para entender? Eu não existo mais. Aquela EU em quem penso e por quem perco noites de sono não existe. O que sobrou foi esta estranha que observa.

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